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Para contar a história sobre a demissão política de 110 trabalhadores da Caixa Econômica Federal em 1991, durante o governo Fernando Collor de Mello, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) convidou a diretora e roteirista Maria Augusta Ramos – a Guta, premiada internacionalmente. O resultado foi o filme Não Toque em Meu Companheiro, com registro de cenas de solidariedade, empatia e mobilização dos trabalhadores do banco, o único 100% público do país.
O documentário da Guta é uma produção da No Foco Filmes, sendo coproduzido pela Fenae. O longa-metragem mostra o processo de resistência que marcou a greve dos bancários da Caixa no início da década de 1990, época em que o então presidente Collor começou um desmonte das empresas públicas, retirou direitos e demitiu muita gente do serviço público. Os empregados de todos os bancos estatais decidiram realizar uma greve geral para reparar as injustiças aos trabalhadores e responder ao arrocho salarial do governo. A paralisação durou 21 dias, mas apenas os empregados da Caixa foram punidos com a demissão: 50 em São Paulo, 30 em Belo Horizonte e outros 30 em Londrina.
A resistência começa com uma rede de solidariedade dos outros quase 45 mil empregados do banco público. Juntos, eles iniciaram o movimento “Não Toque em Meu Companheiro”, pagaram o salário dos demitidos por um ano e não sossegaram até a reintegração dos 110 colegas, em 1992. O documentário destaca ainda a semelhança dos governos Collor e Bolsonaro na privatização do patrimônio público, na perseguição aos direitos dos trabalhadores e na precarização das relações do trabalho.
O filme Não Toque em Meu Companheiro poderá ser assistido em plataformas de streaming, entre as quais FilmeFilme, Vivo Play, Net Now, Looke, Oi Play, iTunes e Google Play.